Hora do Som Eterno: A hora do metal nacional na Warfare

Confira a playlist da emissão desta semana.

Somo Eterno: Temos novo nome e nova morada

Webzine e rede social: O culto ao Metal.

Smooth Comforts False: Primeiras Impressões

O Ep "Secret" e o álbum "Metaphortime" colocaram a bitola de expectativas para o segundo álbum dos Thee Orakle muito alta...

29 de dezembro de 2010

Nota do editor

Como o leitor já terá reparado, o ritmo de publicações no último mês tem sido mais baixo. Tratam-se de dificuldades cíclicas por imperativos de ordem profissional. Assim, conto já no próximo mês retomar o ritmo que tem sido uma das imagens de marca deste espaço.


A finalizar, deixo os meus sinceros votos de continuação de boas festas e de um bom 2011, com muita e boa música.

António Sérgio - A voz eterna

Dico
Locutor e realizador de rádio, DJ, editor discográfico, produtor, especialista e divulgador musical, António Sérgio marcou para sempre a rádio portuguesa. A sua enorme honestidade, ampla cultura, carisma inigualável, profissionalismo irrepreensível e genuína paixão pela música influenciaram milhares. Eis a minha merecida homenagem ao Mestre pouco tempo após se ter assinalado o primeiro aniversário sobre a sua morte.

Quando me propus redigir este artigo sabia que seria tudo menos fácil, não só pela enorme responsabilidade que constitui escrever sobre tão mítica figura da rádio e da música em Portugal como foi o António Sérgio mas também pela emotividade que semelhante tarefa representa para mim. Nunca se poderá avaliar com exactidão e justiça a verdadeira influência do radialista na formação musical de sucessivas gerações de melómanos ao longo das quatro décadas que dominou o microfone, mas uma coisa é certa: o seu impacto foi monumental!

Por muitos conhecido essencialmente por ter realizado o famoso programa “Som da Frente” (dedicado à New Wave e à Pop) entre 1982 e 1993, António Sérgio constitui no entanto uma referência incontornável para os fãs nacionais de Metal, que durante quase dez anos, entre 1983 e 1993, ouviram religiosamente na Rádio Comercial, aos sábados à tarde entre as 16h e as 18h, as novidades do Som Eterno.

As Sete Vidas do Heavy Metal

Dedicado ao Hard Rock e a todas as variantes do Heavy Metal, o “Lança-chamas” estreou-se a 23 de Outubro de 1983, apenas com uma hora de emissão. Contudo, o impressionante carisma de Sérgio, o seu magnífico “vozeirão”, a escassez de programas do género, a inusitada coragem de fazer um programa deste cariz a nível nacional e a falta de informação (na época não existia Internet nem revistas da especialidade) asseguraram êxito imediato ao projecto que, a pedido dos fãs, rapidamente se estendeu a duas horas de emissão.

Fui um dos muitos milhares de bafejados pela sorte de “frequentar” a “universidade de Heavy Metal” que era o “Lança-Chamas”, tendo absorvido semanalmente cada minuto da “aula” do “professor António Sérgio” com avidez e paixão. Sim, o “Lança-Chamas” era uma verdadeira escola no sentido mais amplo do termo, tal a quantidade e qualidade musical e informativa que nele se descobria.

Aliás, o trabalho de António Sérgio influenciaria não só a formação de um apreciável número de bandas, fanzines, clubes de fãs e outros projectos relacionados, mas também a criação de inúmeros programas de autor em pleno boom das rádios pirata e locais (escola de várias referências actuais do éter nacional), impulsionando directamente e de forma significativa o desenvolvimento do Underground metálico português dos anos 80. [Em 1986, profundamente influenciado pelo António Sérgio e o seu “Lança-chamas”, este vosso escriba chegou a prestar provas, sem êxito, numa rádio pirata sedeada na cave do Centro Comercial do Lumiar, em Lisboa, com um projecto de programa de autor intitulado “O Som do Metal”.]

Ouvir o “Lança-Chamas” aos sábados à tarde entre as 16h e as 18h era um ritual, um acto religioso. A partir das 15h55 preparavam-se as cassetes, preferencialmente de crómio, para assegurar a melhor qualidade sonora possível (havia que reservar uma suplente para que não se perdesse um só momento do programa).

Às 15h59 já a cassete aguardava no deck da aparelhagem o início do “Lança-Chamas”. Os botões “play”, “rec” e “pause” ficavam pressionados, aguardando os primeiros acordes do fabuloso «Eruption» (muitos anos mais tarde substituído por «Heading Out the Higway», dos Judas Priest), que em 1978 lançara os Van Halen e especialmente o guitarrista Eddie para a estratosfera da fama. Não havia melhor tema para genérico do programa. Ouvir aquele 1’42” de puro virtuosismo arrepiava-nos da cabeça ao pés (ainda hoje o faz), mergulhando-nos bem fundo no maravilhoso universo do Heavy Metal. Findo o genérico soltava-se o botão “pause” e entrávamos noutra dimensão, sob o mote “As Sete Vidas do Heavy Metal”.

Gravávamos todo o programa e ouvíamo-lo vezes sem conta. Obviamente reproduzíamo-lo para os amigos, que repetiam o ritual ad aeternum, impulsionando o fenómeno do tape-tradding em Portugal a uma velocidade vertiginosa. A voz do Sérgio também era gravada. Fazê-lo não era perder espaço na cassete, era ganhar em paixão. Cada sílaba, cada frase era voluptuosamente assimilada. Ouvir com atenção aquela voz quase hipnótica, potentíssima, “quente”, “cheia” e envolvente transmitia-nos uma sensação de poder, de excitação, fazendo-nos sonhar em possuir semelhante dom.

Era no “Lança-Chamas” que ouvíamos em primeira mão os mais recentes álbuns das maiores bandas internacionais, que descobríamos novos e excitantes subgéneros, que ouvíamos os grupos emergentes, que ficávamos a par das principais novidades do Som Eterno ou que tínhamos conhecimento da visita a Portugal da nossa banda favorita, numa altura em que havia um espectáculo de grupos estrangeiros a cada dois anos, anualmente ou, com muita sorte, de seis em seis meses.

Nessa época dourada que foram os anos 80 o António Sérgio deu-nos a conhecer centenas ou milhares de bandas cujos discos eram ansiosamente procurados nas discotecas nacionais de referência, com destaque em Lisboa para a Motor (mais tarde Bimotor), situada nos Restauradores e considerada a catedral discográfica do Som Eterno na altura. Aí se adquiriam bilhetes para concertos, LP’s, EP’s e singles, cassetes, demo-tapes, fanzines e newsletters, estando os projectos nacionais sempre devidamente representados, numa era em que os discos do género Made in Portugal se resumiam aos dedos de uma mão.

Aliás, o “Lança-Chamas” não esquecia o Underground. Com o ingresso de Paulo “Scorp” Fernandes (vocalista dos Cruise, que chegaram a gravar um single e a abrir o concerto de Gary Moore a 13 de Maio de 1987 no Dramático de Cascais) e Gustavo Vidal (presidente do clube de fãs Heavy Metal Zombies Paranoid e responsável da fanzine “Renascimento do Metal”) na equipa do programa (António Freitas também havia de por lá passar, como assistente do Mestre no final dos anos 80), os headbangers passaram a conhecer as mais recentes bandas e fanzines portuguesas, os clubes de fãs, os concertos ou as matinés de domingo no mítico Rock Rendez Vous (em que havia concertos nalgumas semanas e passagem de música com transmissão de clips da MTV noutras).

Foi através do “Lança-Chamas” que inúmeros fãs conheceram os Alkateya, Tarântula, Ramp, Vasco da Gama, Cruise, Xeque-mate, Tao, Satan’s Saints, Thormentor, The Coven, Ramp, Braindead, Massacre, V12, Sepulcro, Jarojoupe, Black Cross, Enforce e tantos outros grupos nacionais que de uma forma ou de outra estiveram na génese do Metal português. Foi igualmente no programa que os meus dois primeiros grupos – os Paranóia e os Dinosaur – se estrearam no éter, daí o “Lança-Chamas” ser triplamente importante para mim, bem como para centenas de outros músicos nacionais.
Contudo, apesar do enorme êxito alcançado, nos últimos anos de emissão a direcção da Rádio Comercial tenta por diversas vezes encerrar o programa. Indignados, os milhares de fãs respondiam massivamente com cartas de protesto, mantendo o “Lança-chamas” no ar. Até que, no início dos anos 90, a privatização da emissora acaba mesmo por ditar o fim do programa, que passa a ser realizado na Rádio Energia por um breve período até encerrar definitivamente, deixando uma lacuna impossível de preencher no meio radiofónico metálico em Portugal.

Infelizmente, nunca poderemos agradecer o suficiente ao António Sérgio por ter enriquecido as nossas vidas de uma forma tão intensa, apaixonada, marcante e definitiva. Mas continuaremos, para todo o sempre, a ouvir ecoar a sua voz nas nossas mentes e corações. Esta é a minha sentida maneira de o fazer. Muito obrigado e até sempre, Amigo!

PS:

A 14 de Janeiro realiza-se no Cinema São Jorge, em Lisboa, um concerto de homenagem a António Sérgio. Notícia alargada em Diario Digital

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Biografia de um ícone

António Sérgio © Rita Carmo


António Sérgio Correia Ferrão nasce na cidade angolana de Benguela a 14 de janeiro de 1950. Os pais, locutores do Rádio Clube do Bié, incutem-lhe desde muito cedo a cultura radiofónica. Em 1968, já em Lisboa, António Sérgio estreia-se na Rádio Renascença. Coapresenta com a mãe os programas “Encontro para Dois” e o mítico “Quando o Telefone Toca”.
Rebelde e inconformista, vê nos programas de autor a mais eficaz forma de expressão e divulgação da cultura musical que na época escapava aos portugueses. Em 1976 cria o programa “Rotação”, que apresenta até 1979, sendo pioneiro na divulgação em Portugal de inúmeros grupos e artistas a solo internacionais de primeira linha. Torna-se conhecido também pela sua voz forte, potente, bem colocada e aprazível.

Sempre na vanguarda do que de melhor e mais recente se fazia no Rock, na New Wave, na Pop, no Punk ou no Heavy Metal mundiais, a partir de 1980 António Sérgio realiza e apresenta na RDP - Rádio Comercial os programas “Rolls Rock”, entre 1980 e 1982; “Som da Frente”, de 1982 a 1993; “Louras, Ruivas e Morenas”, em 1984; e “Lança-Chamas”, na década compreendida entre 1983 e 1993; programa que a emissora tenta encerrar por diversas vezes. Consegue-o em 1993, levando Sérgio o “Lança-chamas” para a Rádio Energia, onde termina definitivamente pouco depois.

Entre 1993 e 1997 António Sérgio dá voz ao programa de Blues “Grande Delta” na XFM. O fim da estação dita o regresso à Comercial, onde apresenta “As Horas”. Em simultâneo, na Best Rock FM faz” A Hora do Lobo”. A 14 de setembro de 2007 a nova gerência da Rádio Comercial dispensa o radialista, sob efusivo protesto dos ouvintes. Alegadamente, o seu programa de autor não se enquadrava na nova grelha, estruturada em playlists. O locutor ingressa então na Rádio Radar para realizar e apresentar “Viriato 25” e a rubrica “SOS Radar” até à sua morte, a 1 de novembro de 2009, de ataque cardíaco.
Em vida, António Sérgio viu a sua obra ser reconhecida publicamente variadas vezes e de formas diferentes mas não com tanta regularidade como seria justo. Em 1999 recebe um Globo de Ouro na categoria de rádio e em 2008, na comemoração de quatro décadas de trabalho dedicadas em exclusivo à música, é merecidamente considerado pela revista “Blitz” uma das 50 personalidades mais importantes da Música Portuguesa.

Durante o seu trajeto profissional ímpar António Sérgio trabalha ainda nas editoras Nébula, Nova (onde coproduz o álbum Música Moderna, dos Corpo Diplomático), Rossil (em que funda e dirige a subsidiária Rotação, lançando os Xutos & Pontapés com o single Sémen) e Música Alternativa. A edição era, com efeito, uma das suas paixões.

Enquanto jornalista escreve nos jornais “Blitz” (onde dirige o suplemento mensal “Manifesto”) e “Independente”. Em 2006 passa a fazer voz-off na SIC. É justamente considerado a nível nacional e internacional um dos mais influentes divulgadores de música Rock, Pop e Alternativa. Apesar de extremamente lisonjeiro, o epíteto de “John Peel português”, que muitos lhe atribuem, revela-se bastante redutor e limitador da sua originalidade e trabalho realizado.


Dico

18 de dezembro de 2010

Phazer no Renhau-nhau


Depois de terem animado ontem o Live Caffé os Phazer prosseguem a promoção do álbum "Kismet" esta noite no Renhau-nhau na Costa da Caparica.

O evento tem inicio marcado para as 22 horas.

Com origem em 2004, os Phazer causaram grande surpresa no meio nacional com o Ep "Revelations". "Kismet", o álbum de estreia da banda resulta numa plena afirmação do valor da banda.

No Tribe: Tema em streaming e site oficial

Os No Tribe disponibilizaram o tema “Spiral Question” para streaming no myspace. O tema é parte integrante do EP “Primordial” editado pela banda em Setembro de 2009 e tem como objectivo dar a conhecer uma outra faceta da sonoridade do quinteto lisboeta.

A partir de hoje encontram-se online um novo espaço alusivo à banda, trata-se do seu site oficial que pode ser visitado no endereço http://www.notribe.tk. A banda sentiu a necessidade de criar um novo espaço online exclusivamente dedicado aos assuntos relacionados com a banda (como notícias, datas de concertos e espaço para audição dos temas da banda), contudo, continuaram disponíveis os habituais canais de comunicação nas redes sociais Myspace, Facebook e Twitter.

Entretanto, a banda prepara um novo trabalho que prevê editar em 2011.

Hoje em Corroios: Winter Club Fest com Destruction

Os thrashers Destruction marcam hoje presença no Cine-Teatro de Corroios integrando o cartaz do Winter Club Fest.

Além da lendária banda germanica integram o evento os Pitch Black, Prayers of Sanity e Adamantine.

Informação adicional em http://xuxajurassica.com/

15 de dezembro de 2010

Suffochate alteram designação

Os Suffochate alteraram a sua denominação para Survive The Wasteland, uma mudança que tem como base o facto de existirem outras bandas com o mesmo nome e ainda por a banda sentir que o antigo nome não identificar a actual personalidade da banda.

Entretanto a banda gravou nos SoundVision Studios (Vila do Conde) o single "Bringing Back The Death" que pode ser ouvido no mypace da banda e que em breve estará disponível para download.

Ligações: http://www.myspace.com/survivethewasteland

13 de dezembro de 2010

Os Animais

Dico

Para desgosto da minha família, no período final da segunda metade dos anos 80, entre 1987 e 1989, à semelhança de qualquer outro headbanger típico, eu trajava diariamente com calças justas de ganga elástica, t-shrits das minhas bandas favoritas e blusões de ganga (nunca cheguei a adquirir um de cabedal) ornamentados com dorsais, patches e crachás de grupos. Na altura, encontrava-me ainda a deixar crescer o cabelo. Seguindo a tendência da época, também não dispensava os ténis-bota (preferencialmente da Reebok, passo a publicidade), as pulseiras e cintos de bicos, anéis com caveiras e uma pesada corrente adquirida na loja de ferragens mais próxima, que pendia das calças em forma de “u”.

Este meu visual garantia-me sempre lugar disponível nos transportes públicos. Não só me sentava à primeira como o banco ao lado também ficava vago (não fosse eu estripar quem lá “ousasse” sentar-se). Se fosse uma mulher grávida ou um idoso certamente não teria tanta sorte. Onde quer que eu fosse, os transeuntes olhavam para mim (e para a generalidade dos headbangers) com um misto de terror, choque e repugnância. Sempre que recordo estes episódios vêem-me à memória os versos “quando ando pela rua toda a gente olha para mim, parece que me querem comer, e esta merda nunca mais tem fim” do clássico «Animais», dos Censurados.

O visual que adoptei assegurava-me, aliás (como a inúmeros outros fãs de Metal), o epíteto de “drogado” e “ladrão”. Certo dia fui mesmo acusado por um homem que viajava de pé ao meu lado num autocarro cheio de lhe ter roubado a carteira. Nada me enraivece mais do que a injustiça e a calúnia, pois além de sempre ter sido um pacato cidadão, orgulho-me da minha honestidade intransigente.

Na medida em que a minha forma de dizer “vão-se todos foder, seus anormais infelizes” aos preconceituosos e retrógrados com quem tenho a infelicidade de me cruzar sempre foi - e ainda é – chocá-los o mais possível, obrigando-os a enfrentar o que mais receiam ou detestam, acrescentei à minha indumentária uma cruz invertida, passando também a fazer-me acompanhar na rua por um leitor de cassetes que, alto e bom som, debitava estratégica e provocatoriamente músicas de bandas extremas. Recordo-me que os Blessed Death eram um dos meus grupos eleitos para o efeito, dada a indescritível gritaria vociferada pelo frontman.

De forma natural, no início dos anos 90 abandonei os ornamentos, passando a adoptar um visual minimalista: cabelo comprido, t-shirt ou sweat shirt pretas, calças justas de ganga elástica preta e os inevitáveis ténis-bota. Ainda assim, mantive o meu “lugar reservado” nos transportes públicos. Ao cruzarem-se comigo na rua, as pessoas preservavam a expressão de terror e repúdio que tão exemplarmente denunciava a sua ilimitada estupidez. Agora, devido à indumentária e aos meus longos cabelos, eram os epítetos de “paneleiro” e “drogado” que me atribuíam (sempre nas minhas costas, obviamente). Ora, nunca tendo eu duvidado da minha virilidade ou sequer fumado um charro (sim, é verdade), decidi ignorar esses “mimos”. Aos 21 anos fui obrigado a cortar o cabelo para arranjar emprego. Mais tarde, deixei-o crescer novamente e ainda mais.

Hoje, do alto meus 40 anos e da indumentária formal que envergo diariamente, continuo a ser descriminado pelo visual de outrora. Há tempos, em conversa sobre televisão com uma nova pessoa do meu círculo de conhecimentos, falei-lhe do meu gosto pelos programas “Miami Ink” e “LA Ink”, especializados em tatuagens, que me esforço por nunca perder, embora nunca haja tatuado o corpo. Horrorizada, a mulher, de apenas 32 anos (sim, não falo de uma velha retrógrada), expressou uma repugnância tal para com esta forma de arte e para com todos os que a ostentam no corpo que eu não podia acreditar. Há muito que não via uma demonstração de intolerância e discriminação social tão veemente.

Na sequência do tema, informei-a que já havia usado cabelo comprido e trajado a roupa típica do headbanger médio dos anos 80. Percebi o choque na expressão da mulher, que nem se esforçou por disfarçar. Perguntou-me então: “Como é possível? Ninguém diria. Vestes-te tão bem. Pareces tão pacato”.

No dia seguinte mostrei-lhe propositadamente várias fotos minhas dessas épocas (sendo uma delas a que ilustra este texto). Ansiava confrontá-la com a sua própria estupidez e preconceito. O choque foi ainda maior.

Incrédula, de olhos esbugalhados, era quase como se a mulher tivesse à frente imagens de cadáveres ou algo parecido. “Que horror” e “não é possível que já tenhas sido assim”. Falava como se de um abjecto serial killer se tratasse. E estas foram apenas algumas das frases que lhe saíram pela boca fora. Enquanto outras pessoas comentavam cordialmente o meu antigo visual, a outra mergulhava num mar de preconceito. Acabou por ser humilhada por mim e pelos restantes presentes, remetendo-se por fim ao silêncio. Que outra solução tinha?

Dico

10 de dezembro de 2010

Thee Orakle: Saida de guitarrista e gravações

Os transmontanos Thee Orakle encontram-se fase final da pré-produção do seu segundo trabalho de originais.

A banda optou pelas gravações de novo pelos UltraSoundStudios que iniciam em Janeiro do próximo ano, sobre a orientação do produtor Daniel Cardoso e o co-produtor Pedro Mendes.

Entretanto o guitarrista Romeu Dias deixou de integrar a banda pelo que já foi encontrado um substituto, cujo nome será divulgado pela banda em tempo oportuno.

Mais informações em:

8 de dezembro de 2010

Heavenwood assinam pela Listenable Records


Conforme são divulgadas informações sobre o registo que sucede a "Redemption", o último álbum dos portuenses Heavenwood, cresce a expectativa sobre o novo trabalho da banda.

Intitulado por "Abyss Masterpiece", a obra que vai ser editada pela editora francesa Listenable Records contará com os préstimos do produtor germânico Kristian " Kohle " Kohlmannslehner para a mistura e masterização nos Kohlekeller Studios. O álbum, sabe-se, que foi captado nos Ultrasound Studios e contou com posterior edição no Estudio 213 no Porto.

Kohlmannslehner é conhecido pelo seu trabalho com bandas como Crematory, Under Seige e Agathodaimon entre outras.

Sobre a editora, os monstram-se muito entusiasmados por integrar parte do catalogo de uma editora que inclui nomes como Gojira, Adagio e Immolattion.

"Eles têm demonstrado ao longo de todos estes anos ser uma editora muito trabalhadora, honesta com profissionais dedicados às suas bandas, e, acima de tudo, eles sentem, compreendem e acreditam na nossa música como nós próprios e esta parece ser a combinação perfeita para atingirmos os nossos objectivos. Estou muito confiante que com o seu envolvimento, ‘ Abyss Masterpiece ‘, o nosso álbum mais pesado, obscuro e intenso até à data, conduzirá os Heavenwood até uma nova e gloriosa etapa na sua carreira" afirma Ernesto Guerra, vocalista dos Heavenwood.

O novo longa-duração dos Heavenwood foi composto juntamente com o Orquestrador Sinfónico Russo Dominic G. Joutsen e irá contar com a participação especial de Miriam Renvag dos Noruegueses RAM-ZET no tema "Leonor".

Eis a tracklist de "Abyss Masterpiece":

The Arcadia Order
Fading Sun
Like Yesterday
Winter Slave
September Blood
Sudden Scars
A Poem For Mathilde
Leonor
Burden
Goddess Presiding Over Solitude
Morning Glory (In Manus Tuas Domine)
Her Lament

Ligações:

http://www.kohlekeller.de
http://www.myspace.com/heavenwood
http://www.listenable.net

3 de dezembro de 2010

Vagos Open Air III

Morb Angel
Foram dados a conhecer os dois primeiros nomes que vão integrar o cartaz da terceira edição do Vagos Open Air que terá lugar nos dias 5 e 6 de Agosto.
Assim sendo, Morbid Angel e Tiamat são as duas bandas anunciadas que por si são garantias de mais um grande evento.
Os bilhetes custam 30,00 euros (diário) e 50,00 euros (passe dois dias) e serão postos brevemente à venda nos locais habituais. A partir do dia 6 de Dezembro será colocada à venda uma primeira edição especial de 500 passes que inclui oferta de T-shirt oficial do festival.

Ligação: http://www.vagosopenair.eu/

Tiamat

25 de novembro de 2010

Waterland: Virtual Time


Edição de Autor / 2010


Surpresa em 2008, forte confirmação de valor em 2010. Referimo-nos aos Waterland que nos presentearam neste final de ano com o seu segundo trabalho, o excelente "Virtual Time".

Heavy/Power de cariz melódico e bom recorte técnico é a formula de Waterland. Uma formula que já tinha dado bons resultados no disco de estreia e que se apresenta agora em melhor nivel. Já o tinha afirmado na altura do disco homonimo da banda noutro espaço, os Waterland são uma pedrada no charco no panorama português e reafirmo de novo. São, acima de tudo, pelo seu som refrescante que marca a diferença em relação ao que se costuma fazer em Portugal no que respeita ao som de peso.

A banda de Miguel Gomes não cria essencialmente nada de novo. A sonoridade da banda é fortemente influenciada pelo Power Metal melódico europeu, isso é bem visivel. A banda "assume" com a sua música essa influência, mas faz-no com caracter e com inteligência. Apesar das referências a Helloween e Stratovarius serem aceites, a banda não se cola a nenhuma dessas bandas, tem uma identidade própria. Já a tinha em "Waterland" mas aparece mais vincada em "Virtual Time".

Melodias cativantes, riffs de guitarra vertiginosos sempre bem acompanhados pelos teclados e vocalizações harmoniosas são os pontos fortes de "Virtual Time". É neste último pormenor (vozes) que se nota maior evolução em relação ao trabalho anterior. A co-habitação das vozes de Bruno e Marco resulta extraordináriamente, sempre num timbre cuidado e sem os excessos que muitas vezes se encontram em trabalhos do género.

Além da evolução que se pode (e deve) apontar á banda, o acréscimo de qualidade de "Virtual Time" em relação ao trabalho anterior resulta da melhor produção deste novo disco.

Num disco recheado de excelentes músicas torna-se complicado escolher algumas, contudo destaco "Destiny II", ""Wait Forever", "Carry On", e a balada "You and I".

Endamage: Música para Download

Os Endamage disponibilizaram via web o tema "Mechanical Strings of Reality", o primeiro com Snake como vocalista da banda. O tema foi gravado nos Ultrasound Studios, com produção e masterização de Pedro Mendes.

O tema está assim disponível em formato .wav no myspace da banda que se encontra com layout renovado.

Mas as novidades relativas a Endamage não se ficam pelo tema e a renovação do seu mypace, a banda tem agora disponível T-Shirts para venda nos tamanhos homem (S/M/L/XL) e mulher (SX/S).

Sons e informação adicional em http://www.myspace.com/endamage

Morbid Death apresentam Ep

Os açoreanos Morbid Death preparam o seu regresso aos registos discográficos com o Ep "Metamorphic Reaction" cuja data de edição está agendada para 17 de Dezembro pelo que oportunamente a banda anunciou um concerto de apresentação do Ep.

O evento vai decorrer no Baia dos Anjos em Portas do Mar, Ponta Delgada, Açores.

Chaos In Paradise: Gravações no Soundvision Studios

Avançamos aqui há dias que os Chaos In Paradise estavam em fase de composição e que previam inicio gravações em Fevereiro de 2011. A banda vem agora anunciar que as gravações do Ep de estreia vão decorrer nos Soundvision Studios sobre a orientação de Paulo Lopes. Além da co-produção, Lopes estará também encarregue da mistura e masterização do Ep.

Durante o período de gravações a banda irá disponibilizar uma serie de Vlogs no seu canal Youtube.

Ainda sobre o Ep a espera poder avançar em breve com mais informação.

Ligações:

Myspace Banda - http://www.myspace.com/chaosinparadiseband
Youtube Banda - http://www.youtube.com/chaosinparadise
Soundvision Studios - http://www.myspace.com/svstudios

Sábado na Fábrica do Som

Demon Dagger


Novo evento da Concilium Tour.

Desta feita além dos habituais Karbonsoul e ENTRopia o evento conta com a participação dos Demon Dagger

20 de novembro de 2010

Pitch Black: 15 anos

Na véspera de comemorarem 15 anos de actividade os thrashers portuenses Pitch Black anunciam uma série de eventos aos quais se encontram ligados.

A banda, que comemora o seu aniversário em Dezembro, vai participar no Winter Club Fest em conjunto com os Prayers of Sanity, Adamantine e os lendários Destruction. O evento tem lugar no dia 18 de Dezembro no Cine-Teatro de Corroios.

Alguns dias depois e mais a norte a banda finaliza a "Hate Tour" no Hard Club, aos quais se juntam os  Holocausto Canibal e Web. Este evento designa-se por Invicta X-MASsacre II e decorre em pleno natal, dia 25 de Dezembro.

Entretanto a banda chegou a acordo para uma parceria de promoção com a actriz/produtora porno Misty Haze. Nesse sentido o recém editado DVD "Rubber Dick Duo" inclui o tema "Unleash The Hate" na sua banda sonora.

A banda anunciou o documentário "Pitch Black: 15 Years of Thrash" que resume a carreira da banda através de imagens, entrevistas aos membros actuais da banda e depoimentos recolhidos junto de elementos de bandas nacionais e internacionais. Em breve será dado a conhecer o trailer enquanto que o documentário, realizado por Ricardo Santos, estará disponivel até ao final do primeiro trimestre de 2011.

Ainda no que respeito a lançamentos, vão ser reeditadas as duas primeiras demo-tapes da banda, "Another Reality" e "Promo-Tape 98". Recorde-se que a banda nesta data respondia sob a designação de Withering.

Hoje no Birras Bar

Hugo, Damage My God
Na senda das Warm Ups para o Butchery At Christmas Time vão marcar presença hoje no Birras Bar (Covilhã) os portuenses Damage My God e os Scarscythe de Caldas da Rainha.

O evento tem inicio marcado para as 22 horas. As entradas custam € 4,00.

17 de novembro de 2010

Warfare Rádio no Crónicas do Som Eterno

Através duma parceria de Crónicas do Som Eterno com a Warfare Radio é possível ouvir neste espaço a referida rádio.

Warfare é uma rádio independente dedicado ao som extremo com o Metal em especial destaque.

A parceria que agora se inicia verá alargada a sua abrangência nos próximos tempos.

A programação e informação adicional sobre a Warfare Rádio pode ser encontrada em http://warfareradio.blogspot.com/

ThanatoSchizO no Hard Club

Os ThanatoSchizO  vão marcar presença no Hard Club (Porto) no dia 12 de Março de 2011.

O concerto, em regime semi-acústico é o primeiro evento confirmado no que toca à digressão de promoção do novo álbum Origami, com saída agendada para Janeiro. Este constituirá, assim, o regresso do grupo de Santa Marta de Penaguião à mítica sala, depois de concertos em 2000 e 2003.

Na primeira parte do evento, estarão os lamecenses ManInFeast, que se encontram a promover o seu EP de estreia "How One Becomes What One Is".

A abertura de portas acontecerá às 21:30h e os concertos iniciar-se-ao uma hora depois. O bilhete custa € 7,50.

True Spirit's Alive: Excursão Alice Cooper

A True Spirit's Alive encontra-se a organizar uma excursão para o concerto de Alice Cooper (cujo concerto em Portugal foi recentemente cancelado) em Santiago de Compostela (Galiza, Espanha) para o dia 27 de Novembro.

A viagem com partida no Parque das Camélias no Porto tem o custo de € 20,00.

Existe a possibilidade de uma paragem em Braga, consoante o número de pessoas que adiram à excursão.

Os interessados podem conseguir marcação ou qualquer outra informação adicional através dos seguintes contactos:

Email: truespiritsalive@gmail.com
Pedro (tlm): 916281178
Nuno (tlm): 960188195

14 de novembro de 2010

Chaos In Paradise: Gravações em Fevereiro

Os portuenses Chaos In Paradise estão em fases de composição para um Ep que será gravado em Fevereiro do próximo ano.

O registo será composto por 6 temas entra as quais "The Hunter" será parte integrante. "The Hunter" é o mais recente tema que a banda tem apresentado nas suas actuações.

O Ep estará disponível no formato Cd e outros que a banda conta anunciar em breve.

Sons e outras informações em:

Myspace - http://www.myspace.com/chaosinparadiseband
Facebook - http://www.facebook.com/pages/Chaos-in-Paradise/241053722865
Twitter - http://twitter.com/CIPofficial

Alice Cooper: Concerto Cancelado

Alice Cooper

Não é desta feita que Alice Cooper, uma das lendas vivas do som eterno, vem a Portugal. O evento marcado para o dia 29 do corrente foi cancelado por questões logisticas que impossibilitam a sua concretização.

O cantor manifestou-se desapontado com o sucedido e espera que num futuro próximo se crie condições para uma vinda ao nosso pais.

Quanto aos portadores do bilhete para o espectaculo, devem dirigir-se ao local de compra, no prazo máximo de 30 dias após a data prevista para realização do espectáculo, a terminar dia 29 de Dezembro, para procederem à devolução do bilhete e respectivo reembolso.

13 de novembro de 2010

Tarantula: Detalhes do novo álbum


Após um interregno de 5 anos que se seguiu à edição de "Metalmorphosis" os Tarantula voltam ao activo, no que a trabalhos discográficos diz respeito.

O novo trabalho intitula-se por "Spiral of Fear" e será editado no dia 15 de Novembro por intermédio da editora portuguesa Gluetone. A mesma editora pela qual Paulo Barros, o guitarrista da banda, lançou o seu último trabalho a solo intitulado por "K:ARMA 6". Além da edição em CD haverá também edição em formato vinil  prevista para 2011 em data ainda por anunciar e que contará com um alinhamento alternativo e tema extra.

"Spiral of Fear", gravado nos estúdios Rec'n'Roll e produzido por Luis Barros, contará com 10 temas compostos maioritariamente por Paulo Barros com excepção de "Among Us" e "Hope" que são da autoria de Luis Barros. As letras são de autoria de Jorge Marques, o vocalista da banda e estabelecido artista plástico.

Segundo anuncio publicado no sitio oficial da Gluetone, "Spiral of Fear" terá uma sonoridade mais pesada do que a que tem sido habitual por parte da banda, uma sonoridade que poderá surpreender os seus fans mais conservadores.

"Dark Age" é o tema de abertura, o single e video-clip de avanço retirado do álbum por ser, segundo posição oficial, o tema que "melhor ilustra a orientação estética do álbum".

Do ponto de vista lirico, "Spiral of Fear" funciona como uma declaração de inconformismo para os dias que correm e também como um apelo.

"Apesar do avanço tecnológico a nível global, a desmesurada ganância, a falta de respeito pelo próximo, e pelo planeta como entidade viva, imperam; mais e maiores catástrofes espreitam se esta nossa conduta permanecer.

Vivemos na obscuridade de uma nova idade das trevas onde institucionalizados poderes permanecem como possível solução por um lado e fonte de discórdia por outro.

Para lá da espiral do medo, a remota possibilidade de redenção. A esperança."

A banda apresentou nos seus meios de divulgação oficiais um trailer alusivo ao novo trabalho bem como um excerto do tema "Dark Age".

Eis o alinhamento do álbum:

01. Dark Age
02. Open Your Eyes
03. Shadows
04. Who You Really Are
05. Among Us
06. Spiral of Fear
07. Blind Ambition
08. Afterlife
09. Vultures
10. Hope

Ligações:

Sitio Oficial - http://tarantula-music.com/
Myspace - http://www.myspace.com/tarantulaportugal
Facebook - http://www.facebook.com/pages/Tarantula/152129164811499
Editora - http://www.gluetone.com/

9 de novembro de 2010

Concilum 13 Tour: In Live Caffe


Continua a digressão Concilium 13, desta feita no In Live Caffé.

O evento tem lugar no dia 13 de Novembro e conta com as actuações de Invoke, ENTRopia e Karbonsoul.

A entrada é livre e haverá oferta do Split Cd Concilium 13 com o consumo de 3 cervejas.

Waterland: Virtual Time lançado

Foi lançado no passado dia 1 do corrente o segundo longa-duração de Waterland, projecto encetado por Miguel Gomes (Oratory). O novo trabalho intitula-se por "Virtual Time" e conta com 11 temas de excelente Power Metal melódico.

Este trabalho será em breve objecto de analise no Crónicas do Som Eterno, por agora deixamos aqui o alinhamento do disco:

Destiny II
Wait Forever
New Winds of Time
Virtual Time
Queen of Light
A Passage to Eternity
Carry On
The Prophecy
New World
A Rainbow In The Night

The9thCell: Novo single

Ainda com o segundo acto de "Point Blank Range" a fresco o projecto The9thCell dá a conhecer um novo trabalho, o single "A Match forged in Heaven and perfected in Hell". Um trabalho qe segundo o autor resulta numa "dedicação ao Amor e aos seus caminhos distorcidos".

Este lançamento inclui duas faixas adicionais, sendo uma delas uma versão do tema "Heaven", dos Guano Apes.

A obra encontra-se disponivel para download gratuito aqui.

O próximo lançamento deste projecto de David Pais será também de um single, de nome "Broke New World - Pt1", e está agendado para 15 de Novembro, antecedendo o lançamento de "ACT III - All.Merry.Cah", a terceira e última parte da trilogia "Point Blank Range".

Sons e informação adicional em visite www.the9thcell.com.

X Blindagem Metal Fest

Switchtense, Painted Black, Azagatel, Crushing Sun e Diesel Humm são as bandas que integram o cartaz da 10ª edição do Blindagem Metal Fest.

O evento decorre no dia 2 de Fevereiro no próximo ano em Ilhavo tal como as anteriores edições.

As entradas custam € 5,00.

8 de novembro de 2010

Rock da Velha: Bizarra Locomotiva e Waste Disposal Machine

Bizarra Locomotiva
Excelente proposta para os amantes da música de peso na linha industrial em Pernes (Setubal).

Trata-se de uma iniciativa das produções Rock da Velha que conta com as actuações de Bizarra Locomotiva e Waste Disposal Machine. O evento tem lugar no próximo dia 13 como comprova o cartaz que se segue:

A Sala: Sacred Sin, Seven Stitches e Assassiner

Dia 10 de Dezembro será com certeza uma boa noite de metal n'A Sala, um novo espaço em Lisboa que aposta na organização de noites temáticas a decorrer nos finais de semana.

Participam nesse dia as bandas Sacred Sin que estão a gravar um novo trabalho, os Seven Stitches que se encontram a promover o álbum de estreia "When the hunter becames the hunted" e os portuenses Assassiner.

Fica por divulgar mais as condições de pré-venda dos bilhetes para o evento.



7 de novembro de 2010

Inkilina Sazabra


Designa-se por Inkilina Sazabra o novo projecto encetado por Carlos Sobral (Inkilina Mor+e) e o escritor Pedro Sazabra.

A obra deste projecto divide-se em 2 trabalhos o disco "A divina maldade" e o livro "Liberdade, obscuridade" ambos com edição a anuncar brevemente.

Entretanto foram dados a conhecer 2 temas no myspace do projecto.
 
Perspectiva-se também para o próxímo ano uma serie de concertos onde contam com a colaboração de alguns músicos dos quais foi já confirmado a participação de César Palma (Cryptor Morbious Family).

Ligação: http://www.myspace.com/inkilinasazabra

Witchbreed suspendem actividades

Ruby
Devido a complicações de saúde da sua vocalista, os Witchbreed suspenderam actividades por tempo indeterminado.

Ruby, que se encontra face a uma gravidez de risco foi clinicamente aconselhada a fazer uma pausa nas suas actividades o que levou que a vocalista tivesse abandonado todos os projectos musicais a que estava ligada.

Entretanto, os restantes elementos da banda decidiram-se pela criação de um novo projecto, para o qual falta recrutarem um elemento para assumir a voz. Os interessados devem manifestar-se pelos seguintes contactos:

Tiago Lopes - hollow.death@gmail.com
Filipe Sousa - emansousa@gmail.com

6 de novembro de 2010

Drakkar: Novo baterista

Terminou a busca em novo de um novo baterista para os Drakkar que encontraram um sucessor para Orlando Mestre. O novo baterista é Paulo Santos (Pajó), ex-elemento dos Fantasy Opus.

A banda estreia a nova formação no próximo dia 13 no 5º Festival da Irmandade Metálica no Side B.
Pajó

Head:Stoned: Álbum em 2011 e novo video-clip (Actualização)

Os Head:Stoned viram o lançamento do seu álbum de estreia, "I Am All", ser adiado. O álbum, cuja edição se perspectivava para finais de Outubro, será lançado no inicio do próximo ano via Major Label Industries.

Entretanto o evento do dia 13 do corrente na Fábrica do Som que seria de apresentação ao álbum mantém-se mas noutros parâmetros, passa a ser um concerto normal.

Entretanto, a banda apresentou o novo vídeo "Absence of Closure". Aqui o deixamos:

Painted Black: Metal com sentimento


Depois de dois registos de autor alvos de uma recepção bem aceitável e que valeu à banda ser eleita pelos leitores da revista "Loud" como a melhor banda portuguesa de metal sem contracto discográfico durante 3 anos, os Painted Black chegaram a acordo com a Ethereal Sound Works pela qual lançaram o almejado álbum de estreia. "Cold Confort" é um dos discos do ano. Música enleante, combinando com sobriedade peso e melodia, melancolia e agressividade que resulta numa formula que merece colher frutos. Alguns meses após a edição do disco procuramos saber como tem sido "digerida" a recepção a "Cold Confort". As palavras são do guitarrista da banda, Luis Fazendeiro.


Longa distancia vai da edição de “The Neverlight” para “Cold Comfort”, mas muito maior é diferença entra as duas obras. Mais do que evolução é justo dizer que houve uma transformação na sonoridade Painted Black?

“O Neverlight” foi lançado há 5 anos e ainda tivemos pelo meio o “Verbo”, mas acho natural que nesse espaço de tempo tenhamos crescido como banda. Acho que o nosso som não teve uma transformação muito radical mas crescemos a nível musical e a nível de composição nestes anos e juntamente com a nossa vontade de começar a explorar novas linguagens musicais resultou no que se pode ouvir no “Cold Comfort”. De qualquer forma, a nossa maneira de compor não se alterou muito e continuamos a dar muito de nós em cada nota e cada palavra, e é esta a única maneira que sabemos fazer música.

Alguns meses após a edição de “Cold Confort” já é possível uma auto-critica mais fria e distante da vossa parte ao álbum? Que auto-critica fazem?

Estamos realmente muito orgulhosos do disco que fizemos e da viagem que percorremos até chegar a ele. A maioria das críticas ao disco têm sido bastante lisonjeadoras e não estavamos realmente nada à espera. Quanto à minha auto-critica, acho que temos músicas bastante fortes, e que serão dificilmente repetiveis. Estou a falar por exemplo da “Via Dolorosa” e da “Inevitability”. Foram dos últimos temas a aparecer antes das gravações e acho que “chegaram” em muito boa altura. É óbvio que gosto de todos os temas, porque de certa maneira fazem parte de mim, aliás todos nós na banda gostamos de todas as músicas, principalmente com a excelente produção do Pedro Mendes e do Daniel Cardoso, mas há sempre alguns pormenores que podiam ter saído melhor. Acho que é normal fazer esse tipo de reparos quando já conseguimos ouvir as músicas de uma forma mais fria, mas era um dos nossos grandes sonhos de vida lançar um álbum do qual pudéssemos estar orgulhosos e estamos completamente satisfeitos.

Quando iniciaram gravações presumo que ainda não havia luz sobre uma editora que lançasse o álbum. Quando surgiu a  Ethereal Sound Works e como surgiu? Estão satisfeitos com a colaboração da editora com a banda?

O nosso contacto com a Ethereal Sound Works já vem de antes da edição do álbum. Quando lançámos o “Verbo” eles mostraram interesse em ter exemplares à venda na sua loja online. Na altura de sondar editoras, enviámos-lhes um promo-CD e de todas as propostas que recebemos a deles foi a que mais nos agradou. A partir daí foi um processo natural e eles têm cumprido bem a parte deles. Neste momento a preocupação é na distribuição do disco fora de Portugal, mas estão a ser feitos esforços nesse sentido.

A esta altura têm também uma ideia mais concisa da aceitação do álbum pelo publico já que pelos média ela está a ser muito favorável. Como tem sido esse feedback?

O feedback mais directo tem sido em grande parte dos média mas as reacções das pessoas que têm partilhado a sua opinião connosco têm sido muito boas.  É sempre muito tocante sentir que a nossa música consegue despertar emoções em quem nos ouve e esse é realmente o maior presente que poderíamos ter. Sentimos que estamos a chegar a mais público mas no entanto sabemos que ainda temos que fazer mais trabalho de promoção e estamos a canalizar esforços nesse sentido.

Voltando ao álbum e à musica propriamente. Um dos aspectos que me parecem relevantes é que apesar de haver um “fio condutor” em toda a obra os temas são todos distintos entre si contribuindo para uma maior heterogeneidade. Comungam dessa ideia?

Sim, a variedade sempre pautou a nossa música e não somos claramente uma banda que use uma fórmula fixa para todos os temas que fazemos. A nível lírico existe de facto um fio condutor, mas que não foi de todo propositado, nem foi elaborado para ser algo conceptual. Musicalmente  sentimo-nos como uma banda de metal mas não temos problema nenhum em criar músicas completamente acústicas e atmosféricas. Este aspecto já levou algumas pessoas a dizer que ainda estamos à procura de uma identidade e em parte até concordo. De qualquer forma, não nos estou a ver a abandonar a nossa “heterogeneidade” como referes, até porque  isso faz parte daquilo que construímos até agora e da nossa identidade. Não nos queremos de forma alguma limitar na maneira como nos exprimimos e na maneira como sentimos a nossa música, queremos sempre ser completamente honestos e verdadeiros naquilo que fazemos.

Já tiveram alguns concertos de promoção ao álbum na zona da Grande Lisboa. Perspectivam algo para outras zonas do pais ou estão dependentes dos convites que possam surgir?

Já temos alguns concertos confirmados para outras zonas do país onde nunca tocámos antes, nomeadamente em Mangualde, no 17º Mangualde Hard Metal Fest e em Ílhavo, no X Blindagem Metal Fest. De qualquer maneira estamos sempre dependentes de convites. Já tentámos várias vezes dar o primeiro passo mas infelizmente na maioria das vezes não tivemos retorno do outro lado.

Cada vez mais as conotações musicais tendem a ser redutoras. Vocês apesar de reconhecerem algumas influências vindas do Doom Metal nunca se identificaram como tal. “Cold Confort” surge um pouco como a consumação de um “divorcio” com o Doom. Qual a vossa posição sobre este aspecto?

De facto nunca negámos as nossas influências mais Doom, e desde a altura das maquetes as pessoas sempre nos rotularam como uma banda Doom, mas a verdade é que sempre sentimos que esse rótulo era demasiado redutor, e apesar de sermos fãs do género, não conseguimos ver o paralelo com o que nós fazemos com o que fazem os Process Of Guilt ou os Before The Rain, só para dar dois bons exemplos nacionais. Acho que a primeira música do álbum, “Via Dolorosa” quebra logo esse estigma, mas há mais exemplos, como o single “Winter”. Obviamente não foi uma escolha consciente, porque fazemos sempre o que sentimos e o o álbum é simplesmente um testemunho de uma fase que passámos enquanto pessoas e músicos. Tem elementos de vários sub-estilos dentro do Metal, algumas críticas até já apontaram que tinhamos alguns apontamentos de Post-Rock e outros mais Progressivos, mas nós não pensamos nisso, nem nunca nos sentámos a uma mesa para discutir o estilo a seguir. Talvez o próximo registo seja mais atmosférico ou então caminhe num sentido mais próximo do Rock, é algo que vai depender sempre do nosso estado de espírito mas com a certeza que será sempre sentido e verdadeiro.

A evolução e crescimento dos Painted Black tem sido gradual mas consistente. Depois de conseguirem o contrato com uma editora e verem editado um trabalho vosso em formato profissional qual o próximo passo mais concretizavel?

Neste momento estamos bastante concentrados em tocar o máximo ao vivo e promover o melhor possível o disco. No próximo ano a banda irá fazer o seu 10º aniversário e também queremos fazer algo especial para celebrar essa data. Quando esta fase de concertos acabar, o passo seguinte será claramente criar o nosso segundo álbum, mas ainda é demasiado cedo para entrar em detalhes.


Painted Black – Cold Confort


Etheral Sound Works / 2010

Encontramos-nos numa fase em que a música de peso se vai despindo de algum sentimento (que era seu apanágio e que relembramos com alguma nostalgia nos clássicos que algumas vezes recorremos) privilegiando cada vez mais a agressividade e a técnica em fartos casos explorados até à exaustão. Em alguns casos (não tão raros quanto isso) a música mais parece um exercício matemático. Tão desprovida de sentimento que chega a ser.

Restam algumas excepções que alegram os adeptos com uma visão mais romântica do som eterno. Em Portugal os Painted Black são uma dessas honrosas excepções. E ainda bem!

Toda a música desta banda “transpira” sentimento. Algo que até se percebe pelas declarações prestadas pelo guitarrista da banda, Luis Fazendeiro. Sentimento esse que tem sido o denominador comum na evolução que se tem registado.

Em “Cold Confort” os Painted Black deram um passo maior do que tinham dado de “The Neverlight” para “Verbo”. Nunca se denotou na música de Painted Black tamanha ambiguidade como a registada no álbum de estreia da banda que deu os primeiros passos em Covilhã. Mais do que crescer os Painted Black moldaram o seu som e estão hoje mais perto da identidade que assumem procurar.

Os ambientes registados em temas antigos como por exemplo “The Everlasting Guilt”, “The Desolate Plead” e “Expire” apenas as espaços se encontram. Em troca, as músicas em “Cold Confort” demonstram maior abrangência e riqueza em termos de tempos, ritmos e outros detalhes que dificultam a conotação da música da banda como Doom Metal. “Cold Confort” é um excelente disco de Metal e procurar sub-categorizar o som da banda será um exercício redutor.

A terminar não poderia deixar de destacar dois temas que merecem ser realçados: “Via Dolorosa”, esplêndida "explosão" ritmica alternada com momentos ambientais e carregada de enorme feeling. “Inevitability”, deliciosa e harmoniosa melodia capaz de agarrar o ouvinte do primeiro ao último instante. Dois temas tão diferentes e que tão bem representam aquilo que é a música de Painted Black.