19 de novembro de 2011

Pare, escute e pense

O que vai ler de seguida vai ferir o ego de muita gente, mas não posso deixar de registar e refutar uma série de disparates que se escreve por ai. Não que eu não cometa erros de valor, até agradeço a frontalidade nos momentos que os cometa. A troca de ideias, regra geral, é benéfica.

Anda por cá muita malta que antes de escrever ou opinar sobre música de uma forma presunçosa que como se uma verdade absoluta se tratasse, deveria antes de tudo ouvir mais música (quanta mais, melhor). Então a malta afecta ao Metal, deveria ouvir da maior quantidade de géneros possíveis e se possível fazer uma "viagem" transversal na história da música (assim aproveitavam para conhecerem um pouco da história do género preferido).

Qualquer pessoa tem o direito de gostar ou não gostar de algum artista/banda, de um trabalho ou de uma música em especifico, no entanto há que ter cuidado ao afirmar que X banda ou disco é algo que na realidade não é e julgar pelo algo que não é.

Um dos exemplos com que me tenho deparado é a série de textos que tenho lido sobre o último trabalho dos Pain of Salvation, "Road Salt Two". Nesses textos que tenho encontrado, o trabalho da banda é analisado como se de um disco de metal progressivo fosse. Este último trabalho tal como o seu antecessor, "Road Salt One", apesar de terem alguns traços progressivos estão muito mais próximos do Hard/Rock psicadélico que que marcou a década de 70 (neste caso, Led Zeppelin são uma forte referência), além de ser possível encontrar no disco algumas incursões no blues, no metal arrastado e sujo dos Black Sabath e até noutros géneros musicais bem distantes do metal. Ora comparar estes dois discos com “Entropia”ou  “Be” ou outros registos da fase progressiva da banda resulta num exercício vazio e sem sentido. Este é um exemplo entre muitos.

Estou cada vez mais convicto de que há um défice de cultura musical  em Portugal. As pessoas são (regra geral) muito amarradas ao seu estilo e não "alargam horizontes". Isso acaba por se reflectir no que se diz, escreve e até mesmo na música que se faz por cá.

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