29 de março de 2011

Urban Tales: Entrevista a Marcos César



Era um dos discos mais aguardados do ano dentro da música de peso nacional. E o facto é que “Loneliness Still Is The Friend” não defraudou as expectativas.

Os Urban Tales demonstraram que nada do que fizeram de positivo foi fruto do acaso mas sim de um trabalho continuo com o selo de qualidade. O novo álbum representa também a capacidade de auto-superação da banda.

Para melhor conhecer as histórias por detrás de “Loneliness Still Is The Friend” contactamos os vocalista e mentor da banda, Marcos César. Eis as suas palavras:


Atendendo que “Diary of a No” tinha deixado um excelente impressão quer a nível de público e critica especializada era com alguma expectativa que se aguardava por “Loneliness Still Is The Friend”. As primeiras impressões sugerem que o disco superou as expectativas em geral. A banda estava à espera desta reacção? Muitas opiniões convergem no sentido de que o segundo álbum é tido como fulcral na evolução da carreira de qualquer banda. Uma espécie de “teste do algodão”. Comungam desta ideia?

Muito sinceramente o pessoal da banda estava super confiante com este álbum. As músicas, davam-nos um sentido de ter alcançado algo muito bom e por esse motivo estava confiantes nas reacções que o trabalho viria a ter.

Sinceramente não pensámos muito no facto deste ser um trabalho importante depois da estreia ter conseguido tão bons resultados. Isso não nos passou pela cabeça. Apenas tentámos fazer o melhor que podíamos…Mas concordo contigo quando dizes que o segundo trabalho poderá ser o sinónimo da qualidade constante de uma banda.

Alguns meses antes da edição do álbum foi com alguma surpresa que surgiu a notícia que deixaram de integrar a Burning Star Records (actual Metal Fighters) pela qual tinham editado o álbum de estreia e tinham contrato. Na realidade o que se passou?

A versão que sei, foi de que o Presidente e com quem mantinha contacto teve um problema gravíssimo de saúde o que o fez fechar a editora. Entretanto passados uns bons meses disseram-nos que a editora através de outra pessoa que lá trabalhava (Kostas), iria reabrir mas como subsidiária de outra editora… Esperámos durante uns meses até que foi-nos dito que essa ideia não iria para a frente…E é a única coisa que eu sei. Nem fazia ideia da Metal Fighters…

A saída da Burning Star foi o único contratempo para a edição do novo disco ou houve outros factores?

Foi na medida em que haveria um orçamento para o álbum, promoção a nível internacional (pouco ou muita haveria alguma) e uma distribuição em muitos países.

Foi realmente um contratempo, até porque ficámos muito tempo sem saber o que fazer ou para onde ir…

“Loneliness Still Is The Friend” é um título interessante, como surgiu? A solidão pareceu sempre ser um filão interminável para a cultura, seja música ou outra arte. Como músicos qual a vossa posição?

Pessoalmente, o título representa vários estados de espírito em que em todas está presente a solidão. Positivamente ou negativamente ela esteve lá e daí eu ter escrito estas letras… Sei que muita gente “entra num estado de espírito” parecido para criar, contudo sei de outras pessoas como os elementos dos Anathema que dizem hoje em dia, inspirarem-se em situações positivas e de boa energia, por isso acho que varia de pessoa para pessoa. Não há uma lei que comprove uma regra para se criar seja o que for…Penso eu…

Aproveito desde já para vos dar os parabéns pela capa do álbum, pareceu-me uma bela escolha. Como surgiu esta colaboração com o Augusto Silva?

Já veio do “Diary of a No”, outro grande trabalho do Guto. Desta forma decidi continuar a trabalhar com ele, visto que ele entende onde quero chegar e qual a ideia das musicas dos Urban Tales.

Também acho que o artwork ficou maravilhoso e isso só se deve mesmo ao Guto… Ele é fantástico nesse aspecto.

Contam com dois vídeos alusivos ao álbum. O já conhecido e muito bem conseguido “Stand Alone” e “Silent Cries”. O que retratam estes vídeos? Quem trabalhou com vocês nos vídeos? Presumo que estejam contentes com o resultado final, ou ambicionavam algo mais? Nomeadamente em relação a “Silent Cries” que segundo soube, houve um orçamento mais restrito.

Sinceramente, nem houve orçamento para qualquer dos vídeos. A verdade é que estamos rodeados de gente que gosta da nossa musica e que sente que trabalhar com a nossa música é bom também para eles, “de certa forma”. Assim, é que se chegou a fazer os vídeos, sem que orçamentos fossem discutidos. Não tendo sequer uma editora a financiar os vídeos, seria impossível falar de orçamentos.

A ideia dos vídeos passa por demonstrar o que o álbum retrata – Solidão… Tristeza; Desilusão, etc… Neste contexto, e de uma forma simbólica tentámos com que os vídeos demonstrassem isso, cada um à sua maneira e dentro da sua história.

Do ponto de vista lírico, continuam a abranger uma temática urbana. Especificamente que histórias contam nas músicas de “Loneliness Still Is The Friend”?

Contam histórias urbanas, do dia a dia… Histórias com as quais qualquer um de nós pode passar e identificar-se nas músicas. Essa temática não mudou de um álbum para o outro e sinceramente não me parece que vá mudar nunca. A ideia dos Urban Tales é mesmo falar do dia-a-dia e de tudo o que Viver acarreta…

Se em território nacional surgiu o acordo com a Compact Records que já tinha trabalhado com vocês no “Diary of a No” como está a decorrer o processo da edição internacional de “Loneliness Still Is The Friend”?

Está num entra e sai… Quando tudo parece certo para termos o álbum lá fora, há sempre um detalhe que não está como devia. Eu sinceramente penso que futuramente vai acontecer… A ver…

A banda tem conseguido granjear criticas bastantes positivas e já obtêm uma considerável legião de seguidores que chega a ser quase obrigatório questionar a escassez de concertos vossos mesmo sabendo que é vosso lema preferir qualidade do que quantidade. Escassez de propostas ou critério vosso? Ainda assim, perspectivam alguns concertos próximos no que toca à promoção do álbum?

Somos do lema de que – O que aparecer e for do agrado da banda…Aceitaremos. Mas acho que isso todas as bandas fazem… Tivemos há pouco tempo (Fevereiro), uma proposta para tocar na Aula Magna, que aceitámos prontamente, mas que por algum azar da organização, acabou por não acontecer. Vamos esperar para ver o que mais aparece. Para já a promoção do álbum, na nossa opinião, é super importante, e prende-se em expor a notícia de que o álbum está cá fora e visto que não temos uma editora para fazer esse trabalho, já temos muito em mãos para fazer…

Ultimas considerações para os nossos leitores e vossos fãs…

Obrigado por todo o apoio, continuem a apoiar as bandas portuguesas (cada vez mais e melhores) e …Se possível…Compre o nosso álbum…

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